O dia do casamento e qualquer mulher ou qualquer homem foi desenhado para ser perfeito. Eu já não vou ter o meu dia perfeito, mas ainda assim gostaria de descrever como o vejo na minha cabeça... porque mesmo simples iria ser perfeito... pelo menos para mim.
Começando pela igreja. A Sé Velha, que deve ser das igrejas mais bonitas. Não iria colocar muitas flores, mas faria pequenos arranjos de rosas brancas e rosa- pálido, embrulhados no tole do meu véu. e no altar seriam colocados uns arranjos um pouco maiores.
Eu relação ao vestido, visto que ainda não tinha escolhido nenhum, vou só pensar que seria o vestido certo e que eu estava deslumbrante nele... teria véu e uma cauda, claro. Mas mais uma vez nada de muito extravagante.
Iria sair para a igreja de casa dos meus pais, no carro deles, onde o banco de trás fora forrado com uma colcha de renda da minha avó materna.
Teria o pequeno-almoço com os meus convidados e as fotografias da praxe, dentro e fora de casa dos meus pais.
Imagino muitas vezes como seria a sensação de descer as escadas no meu vestido de noiva e ser a emoção da cara de quem me quer bem.
Quando chegasse à igreja a emoção iria aumentar ainda mais. Iria entrar na igreja pelo braço do meu pai ao som de "avé Maria". E nessa altura o meu noivo iria suspirar ao ver-me e pensar que nunca me tinha visto tão bonita como naquele dia. E eu iria pensar exactamente o mesmo.
A cerimónia não seria muito longa, nem iria haver cânticos nem muitas leituras. Seria simples,mas bonita.
À saída da igreja seriamos brindados pelos nossos convidados com arroz e pétalas de flores. Haveria champanhe para todos e eu e o meu já marido iríamos cortar o bolo de noiva.
Depois iriamos partir para a quinta onde seria o tradicional copo de agua.
O salão estaria enfeitado com as mesmas rosas da igreja em centros pequenos de forma a que todos os convidados da mesa conseguissem olhar uns para os outros.
Seria uma festa sem grandes cerimonias onde só haveriam bons momentos para recordar. Muita música, muita alegria e claro muito vinho :)
O baile seria aberto pela tradicional dança Pai-Filha. Dançaríamos ao som de No more lonely nights , que era a musica que mais ouvi com o meu pai quando era criança.
Quando essa dança terminasse seria então altura de dançar com o meu marido... sinceramente não sei qual seria a musica porque nós nunca tivemos propriamente uma musica... mas certamente seria ou muse ou radiohead.
No final da festa eu lançaria o meu ramo para as minas amigas solteiras... e assim terminaria um dia perfeito.
Mas eu não vou ter este dia perfeito... tenho pena porque era algo que eu queria mesmo, mas a vida é mesmo assim dá-nos algo amargo só para saborearmos melhor o doce.
Não vai haver igreja, nem vestido nem emoção... será um dia que apenas vai existir na minha imaginação, com todos os pormenores que eu desejar. Mas é por isso que ele vai ser sempre tão perfeito, porque se ele se tornasse realidade não seria nunca tão perfeito como é na minha imaginação.
Mas eu já alcancei a perfeição... e olho para ela todos os dias. A minha filha. Ela sim torna todos os meus dias perfeitos e isso é algo que ninguém me pode tirar nunca.
E quem sente esta perfeição no seu coração todos os dias, não precisa de um dia para se sentir especial.
1 comentário:
Olá, passando para retribuir sua visita!
Gostei do texto, vc escreve muito bem!
Realmente nossos filhos são tudo na nossa vida!E independente de ter tido ou não o dia perfeito, com certeza nenhum dia, por mais perfeito que seja, supera o dia em que vemos o rosto de um filho pela primeira vez!
Um beijo,
Vanessa
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